O que te define?
O que passou você não pode mudar!
Como você se levanta após uma queda?
Pensar em escala é um hábito da minha profissão, além de antes disso, ser um hábito existencial , e olhando para dentro, as vezes fico imaginando meu tamanho diante de tudo que existe, talvez porque , sendo normal , e consciente de que um dos maiores conflitos humanos (portanto meu também) ,seja exatamente o da perda, da morte, do abandono, do desconhecido e da solidão, fico aqui tentando me colocar em um lugar que eu consiga me sentir confortável.
Mas não tem jeito, não há conforto e nem espaço físico privilegiado se voltarmos para a escala do universo.
Tudo o que se pode ver é minúsculo mesmo, a grandeza só existe na nossa mente doente e necessitada de alivio, e mesmo quando enxergamos grandeza no outro, nada mais é do que a tentativa de, não tendo ela pra si, sentir o conforto da proteção .
Na escala do universo, tudo que pode ser verdadeiramente grande é a nossa consciência.
Sentir o poder de viver, de pensar, de pertencer e de agradecer já é grande, grande pra caramba!
Isso sim nos localiza, não de forma material, pois isso seria só a consciência do grão de areia no todo, mas a ideia de pertencer integrando- se a uma força que move tudo, a uma consciência maior, resultado de tudo que já existiu e que ainda vai existir, ao que junta tudo a uma coisa só, e não ao que fragmenta ao conceito do grão de areia, insignificante, minúsculo perdido no universo de tudo.
E dessa forma me torno cada vez mais encantada, pela experiência da vida com consciência, porque viver é estar consciente inclusive do que incomoda, é aceitar o pacote todo, é beber o cálice com tudo o que tem dentro, ao exemplo de Jesus, que mesmo estando consciente das suas dores, ainda assim bebeu sua vida, com tudo o que tinha nela.
Esse é o legado da ação, de seguir em frente, mesmo diante do que é triste e frustrante, o legado da superação, ao exemplo da campeã Olímpica Rafaela Silva. O legado da força que não pode estar nesse grãozinho somente que é nossa existência física .
É passar pelas guinadas, pelas voltas, pelas mudanças de direção, é jogar fora verdades, atos, é reconhecer, desculpar, perdoar , aceitar, brigar e com tudo isso também achar espaço para rir e ser feliz.
Em Santo Agostinho achamos a máxima: Conhece- te ; Aceita- te; Supera-te.
E o superar, a respeito do que entendo, está lá no final, antes é preciso se acertar com a própria historia. Aprender.
Aprender “ cara pálida” é ser grande e portanto consciente, é estar fora da zona de conforto, porque o conceito já parte de algo que não se sabe, de colocar energia no desconhecido. É o incomodo em si, a ação não dominada, a pratica vinda do fazer, do errar. A excelência vinda do hábito e da insistência.
Esse é o legado a que estamos fadados. É a vida, a consciência dela, nos trás frustrações mas também alegria e superação.
Sem falar nas alegrias gratuitas que chegam e deixam a vida com mais cor.
Mas é isso, viver nesse “universo de meu Deus” de forma consciente é estar plugado na vida e curando as feridas, como diz o “filósofo lulu” não pedir pra nascer, mas não nascer pra perder e não sobrar de vítima das circunstâncias, ir a luta e conhecer a dor e só assim reconhecer todas as formas de amor.
Pois o amor, esse sim é absoluto, não é só um conceito religioso, social, é a essência do grão no universo o que o torna o grão parte importante, não pelo seu tamanho ou sua escala, mas pela sua construção, pela seu componente comum a tudo . É o que liga, assim como a energia poderosa liberada de um átomo na separação de suas menores partículas.
E assim como o meu cálice e o de tantas pessoas, o seu esta cheio de vida, com tudo o que a vida trás (sem amenidades) e na essência desse cálice assim como em tudo, está o amor universal. O que faz o universo boiar na existência do criador ou da criação dele mesmo.
Beba, beba sua vida! Com tudo o que tiver nela!
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