sexta-feira, 30 de maio de 2014

ANTES NÃO SABER PARA NÃO SOFRER




















Sobre revolução industrial, revolução feminina, técnicas de planejamento e eu
Tenho a dizer que:
Não consigo ir ao cathsoooo da academia porra!!! Nem por recomendação médica!!

Já virei piada porque a única vez que consigo ir, no sábado  passo o resto da semana sendo alvo das gargalhadas quando em câmera lenta e cheia de ácido lácteo nos músculos, faço a cena de sentar em câmera lenta na  cadeira do escritório
Ok, querer trabalhar, ser engenheira, arquiteta, gostosa, linda, mãe, esposa e dona de casa requer dominar a arte do planejamento e ...

Montei minha tabela, para estabelecer planos de ações
Ao menos serviu para me lembrar que a Ignorância é uma benção!! Antes não saber para não sofrer

Em resumo:
Das 24 horas do dia, 30% é para dormir (o mínimo )
Outras 40% para trabalhar (o mínimo, sem horas extras)
12% para ir e vir do trabalho (o mínimo, sem caos na cidade)
O que soma 82%
Sobram 18% por cento  para dividir com duas filhas, marido, inglês e academia, o que representa  3.6% do dia, ou seja 1h e 26min para cada.
A parte do marido terá que ser dividida eventualmente com o supermercado, ginecologista, dermatologista etc.
A parte das filhas, vou ter que dividir com a fono, e o pediatra eventualmente, incluindo banho, refeições e brincadeiras.
A do inglês está no vermelho, preciso de um dia de 25 horas ( porque já me avisaram que se eu não aprender vou ter  40% de tempo livre para fazer o quiser, desempregada)
Pronto!! Fechei o planejamento, isso se não errei nada!
E porque então não consigo ir a academia? Será que é porque não considerei que preciso tomar banho, comer e escovar os dentes todos os dias? Ou porque a vida não é matemática?
Depois quando digo que tenho alucinações com meu professor de cálculo que já morreu, Karl Marx  que já morreu e Leila Diniz que já morreu, olhando pra mim rindo entre eles, fazendo top top top, vocês falam que é esquizofrenia!!!

terça-feira, 20 de maio de 2014

A PRERROGATIVA É DECÊNCIA!!

Não sou alguém instruída no assunto política, nem jornalista, nem especialista, mas para seres mortais como eu, que trabalham, pagam direitinho seus impostos, vive e sobrevive, é muito intuitivo, até porque é também visível, perceber que alguma coisa está fora da ordem.

Na minha experiência, no trabalho que desenvolvo em um certo setor público que projeta, licita, administra a grana e constrói HIS (habitação de interesse social) tenho tempo suficiente para entrar periodicamente em quase todas as favelas de São Paulo e conhecer uma realidade que muita gente só conhece na teoria ou no mapa Google.
Entrar na favela, quase todos os dias, me tornou uma pessoa pouco tolerante, não consigo entender certas migalhas a que chamam de melhorias (digo no pais inteiro) as custas ou em troca de enriquecimentos pessoais.
Sem crise da conspiração, falo com propriedade porque não constato isso da janela do ônibus que passa em frente, nem da tela de TV, ou da propaganda de oposição a situação. Eu piso naquela terra todos os dias, eu vejo quem tá lá e sei que de alguma forma, cumpro obrigações morais acordadas comigo mesmo, quando faço meu trabalho consciente de que sou parte de tudo aquilo e que a minha contribuição torna a vida daquelas pessoas um pouco melhor.

Portanto minha experiência social é diária, no trabalho como arquiteta, engenheira de segurança, pretensiosa “artista fuleira”, aquariana que pretende salvar o mundo, portanto sonhadora, sempre achei que pudesse mesmo fazer parte de um mundo melhor com pessoas decentes e acho que isso não é nenhum absurdo quando cada um se compromete com a sua parte.

A prerrogativa é: Decência e não precisamos de nenhuma tese de doutorado para constatar.

Decência se torna um problema! Porque na política nos comportamos como grupos, partidos e tal .... E, em uma análise superficial, a maioria adota a lógica da coletividade, esquecendo que de vez em quando é necessário parar e pensar: Pera lá, com isso aí eu não concordo!!
EU, EU, EU. Não o meu grupo ou o meu partido. Decência é algo pessoal !!!

Por motivo de decência, escolhi não ser de esquerda e nem de direita, porque não consigo pensar com a cabeça de ninguém e nem aceito que decidam por mim, sou dona das minhas escolhas e voto em pessoas, porque os programas e as propostas são todas maravilhosas e fica difícil escolher quando tudo é muito bom.

Voltando de novo para a favela, sempre penso:
Fazer conta todo mundo sabe, ou quase todo mundo, porque também não temos escolas, além de habitação, saúde e tudo que é garantido pela constituição. Mas eu sei fazer conta, ufaa!! E sei quantas UH (unidades habitacionais) dá para construir com toda a grana da cueca, das privatizações, dos “mensalão” em todas as instancias, gestões e blá, blá, blá.

Política não pode ser uma ciência de acordos imundos em que se obtem  fins pelos meios.  E partidos não são religiões.


Muita gente participa de programas sociais, provavelmente as pessoas para quem trabalho também. Ok, temos um país sem fome.
Mas sabe aquela historia de “ a gente não quer só comida” ?

Aquela gente da favela não teria a mínima condição de comprar no mercado imobiliário o mesmo m2 oferecido ou subsidiado, em qualquer outro lugar do planeta, e programas como esse, deixam de ser cumpridos porque a grana desaparece.

Não são as migalhas que se critica e sim a gordura que nunca será repartida.


obra de HIS feita onde antes existia um favela
por algum tempo carreguei para casa a terra suja do chão dessa obra

quarta-feira, 7 de maio de 2014

BRASILEIRO NÃO NEGA A RAÇA





Hoje pela manha, no banco da padaria e na companhia do pão na chapa e do pingado, vi pela TV os preparativos para a convocação dos jogadores da seleção brasileira
Foi quando o comichão se manifestou e deu uma vontade de gritar: Pimba na gorduchinha, vai que é sua Tafareelll!!!!

Deu um friozinho bom na barriga, uma sensação boa... e voltei para meu pão, indignada. Logo eu que venho criticando veementemente a copa no Brasil, a declaração do ex presidente sobre copa e hospitais, o preço dos ingressos, o dinheiro dos estádios, os aditivos nas obras, a falta de estrutura, de transporte de mobilidade urbana, a corrupção, a pobreza que condena as crianças a serem nada, a política que trabalha para o aumento da massa que ao votar não muda nada, o sucateamento da educação e blá, blá, blá.....

Mas a verdade é que, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa e essa coisa de ser brasileira na copa do mundo é uma coisa que dá mesmo um comichão!!

Continuo achando um equivoco a copa no Brasil e acho que ainda vamos pagar o preço por isso, mas é impressionante como é forte para quem é brasileiro, ver a camisa amarela, que iguala todos os jogadores de todas as copas a um time só. Seja o jogo aonde for!!

É claro que entendo que isso é a manifestação emocional das minhas raízes, da minha infância sacudindo a bandeira e pintando a rua na véspera da copa.
O gene tá lá, doutrinado, mas tá lá e de vez em quando me faz dar aquela requebrada (mesmo que discreta) ao som de um verdadeiro samba como aconteceu outro dia no Municipal, quando misturaram Villa Lobos com samba. Genial!!!

Como quando ando na Ipiranga com a av. São João, no Pelourinho ou quando entro naquele mar calmo da Praia do Forte.
O gene tá lá, quando no interior passo a noite de São João na fogueira e vou dormir feliz e defumada
Quando constato que a Bahia de Guanabara, a Chapada Diamantina, a Amazônia e seu patrimônio, Minas idem e Paraty, são sim maravilhas do mundo.
Será que diante das praias do Recife, alguém fica indiferente?
Gostar de futebol, arroz e feijão, cuscuz paulista e baiano, moqueca com dendê, brigadeiro e compotas, é para brasileiros e simpatizantes.


E é por isso que fico “emputecida” com essa bandalheira que acontece aqui! Porque pelo menos para mim a ofensa é moral e visceral, dói no gene!!