quarta-feira, 20 de maio de 2015

"TOC" CONSCIENTE!!!



 

Quem é dos anos 80 como eu, deve lembrar com um sorrisinho apertado e nostálgico do filme Karate Kid e do jovem Daniel Larusso, mais conhecido como Daniel San ( Deuusss !!! Hoje acho o personagem uma criança, mas na época me apaixonei por ele RS) nas cenas emblemáticas em que lavava os carros do Sr Miagui e ainda pintava as cercas kilométricas até ficar com os braços imprestáveis.
Por alguns motivos, nesses dias, tenho me sentido um pouco Daniela San, sendo obrigada a repetir exercícios de testes a minha paciência, ou de desenvolvimento da paciência que não tenho (ainda).
Exercícios que se manifestam por vontades malucas, que vão desde arrumar as gavetas, o guarda roupa, as bijuterias, a penteadeira, tudo minuciosamente por cor, tamanho e preferências,  a podar trepadeiras monstruosas que requerem planejamento estratégico para não ser engolida viva, até a ouvir pessoas cansativas e cansadas da vida por horas ou minutos, sei lá, da eternidade.  Estou bem obrigada!!
Essa vontade, ou boa vontade com toda essa organização e paciência que nunca tive, tenho refletido, ser parte dessa terapia que venho sendo obrigada a fazer “by myself” sozinha comigo mesma, com todo o peso das redundâncias RS!!
Tenho ansiado a algum tempo por isso, mesmo sem a consciência clara, tenho buscado a organização e paciência um tom acima do que consideraria como aceitável a não evoluir para um TOC.  Como o caminho para disciplina.
Aos 30 passei por um momento bem importante e passando a linha da metade do caminho para os 40, sinto que se aproxima outro ciclo de aprendizado, e sem a bendita da disciplina não será possível aproveitar o que está por vir. Sem entender a essência disso, não poderei entrar em espectros que a muito tempo desejo conhecer, a muito tempo mesmo, alguns desde criança.
O trabalho meticuloso e paciente do Daniel (a) San, não tem sido fácil pra mim, as vezes me arrancam lágrimas de ódio, tenho consciência de quantas limitações tenho por falta de disciplina e de quanto tempo eu perco quando já poderia aproveitar o sol batendo no meu rosto, e aquecendo o meu coração. Mas ao invés disso me sinto uma criança disléxica lendo um livro em aramaico!!
Enquanto choro de raiva, me contento em arrumar as gavetas e podar as plantas, pedindo a ordem que tanto quero e acreditando que fazendo isso fora, ela venha também pra dentro de mim.