Li hoje, pela manhã em um jornal, sobre um game novo disponível na internet, a proposta é levar o jogador para o futuro, mais exatamente para 2041 no Rio de Janeiro.
O jogo se chama FavelaWars.
O jogo se chama FavelaWars.
Essa idéia surge depois do criador enfrentar um arrastão na linha vermelha, na zona Norte do Rio de Janeiro.
No futuro virtual, o criador propõe um cenário de guerra nas favelas, que hoje na realidade se encontram pacificadas, nesse cenário virtual, as favelas estão dominadas pelo tráfico e jogador poderá escolher entre ser policia ou traficante.
Os desenhos são conhecidos até por serem muito reais, também crédito do criador; Santa Marta, Rocinha, Cidade de Deus...
Diz a mídia que, foram feitas as devidas pesquisas para fantasiar como estariam essas comunidades em 2041.
Para os pessimistas, talvez não seja difícil imaginar que daqui a uns 30 anos, a situação esteja pior mesmo.
Já vi jogos que remetem o jogador para outras guerras, Medievais, I e II Guerras Mundiais, mar Negro, lendários soldados de Esparta.... Para mim em todas essas situações, temos um exemplo claro do fascínio que temos pelas desgraças do passado e mais interessante ainda, nesse caso do Rio de Janeiro, o fascínio que temos, quando a desgraça é anunciada para o futuro.
Alguns especialistas defendem que o jogo não acentua o preconceito ao mostrar para o mundo as comunidades do Rio, porque a mídia já mostra isso o tempo todo. Concordo!
A mídia também mostra a violência todos os dias, que é tão real quanto as favelas do Rio.
Na TV somos expectadores passivos, não estamos interagindo com a violência real, na melhor das situações, estamos recebendo a informação e formando uma analise critica dos fatos.
Mas na "Realidade", lá no meio da guerra de verdade, tem gente de verdade, gente que trabalha de verdade, estuda de verdade e morre de verdade.
Na TV somos expectadores passivos, não estamos interagindo com a violência real, na melhor das situações, estamos recebendo a informação e formando uma analise critica dos fatos.
Mas na "Realidade", lá no meio da guerra de verdade, tem gente de verdade, gente que trabalha de verdade, estuda de verdade e morre de verdade.
Enquanto no cinema, na arte, na literatura, assistimos a violência também, como proposta de reflexão e por isso fica mais fácil aceitamos a violência diante dos nossos olhos .
Mas a diferença é que na arte, elaboramos os discursos através das reflexões propostas, da crítica. No jogo não, se interage com a violência, se participa dela, no jogo se aperta o gatilho, seja você a policia ou o bandido. E portanto é para mim um exercício claro de violência sim, mesmo que virtual.
Mas a diferença é que na arte, elaboramos os discursos através das reflexões propostas, da crítica. No jogo não, se interage com a violência, se participa dela, no jogo se aperta o gatilho, seja você a policia ou o bandido. E portanto é para mim um exercício claro de violência sim, mesmo que virtual.
Não há reflexão como na arte, a proposta não é essa para os games.
Quando leio um especialista em sociologia, falando sobre os games e dizendo que a sociedade tem que saber lidar com a violência, fico pensando; De que forma aprendo isso?
Lidar com a violência seria colocar um adolescente em plena fase caracterizada por alterações em diversos níveis, físico, mental e social, para apertar um gatilho virtual?
Pelo que eu sei , muitas pessoas concordam não ser correto comprar armas de brinquedos para as crianças e ainda incentivar a banalização da violência de forma lúdica
Estamos mortos!!! Porque essa logica que expresso aqui, parece não ser a lógica do mercado, pois nossos jovens "modernos" consomem cada vez mais brinquedinhos virtuais politicamente e humanamente incorretos.
Desconfio que eu (adulta) já consego lidar com a violência, aquela que não posso evitar, quando assisto e leio desgraça todos os dias na mídia, é tanta repetição dos fatos, tanto do mesmo, que as vezes não me importo. Ser a expectadora é o lado fácil, sem interagir, no meio de tanta desgraça já me trás uma frieza ao espírito que me assusta, ignoro o absurdo. E as vezes me assusto comigo.
Talvez seja uma forma de lidar...
Talvez seja uma forma de lidar...
Sem querer julgar, porque sei que existem casos de doenças mentais sérias, fico aqui pensando com os meus botões:
Se aquele jovem que entrou em um cinema nos EUA, durante a exibição de um filme do Batman "O Cavaleiro das Trevas " e matou não sei quantas pessoas e depois foi achado em um estacionamento com a máscara do Coringa, não pensou naquele momento estar em um game e ser descoberto pela polícia seria apenas um GAME OVER em letras piscantes e brilhantes.
Pessimismo nada!! Pode ser que estejamos piores mesmo. Quem faz o jogo conhece a realidade e o mercado.
E se vende é porque aquela regrinha da demanda, procura e oferta vale até para a desgraça anunciada lá em 2041.
estamos na era da loucura ... aliás, nunca conseguimos evoluir e sair dela (só disfarçamos um pouco ali, um pouco aqui ...), mas sempre fomos bárbaros (no mau sentido) ... evoluímos tecnologicamente (comunicações, armamentos, tele-visão - na verdadeira acepção conceitual, do grego tele - longe e do latim visione - visão - tudo virou tele-visionável - de guerras, atentados a assassinatos). Culpa da mídia?! os cambaus!!! ... a mídia é só instrumento ... o difícil é convencer o público de que desgraça televisiva não presta ... que a realidade cruel chegará à sua porta mais cedo ou mais tarde ... "faz de conta que é só na TV" ... pessimismo né?! então tá bom ... ficamos assim.
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