segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Saiba que...

Aos que se alegram com a maldade:

Saiba que, prejudicar alguém não é um bom investimento, seja de forma emocional, financeira ou profissional, porque existe uma espécie de multa, estabelecida pelo universo, que diz o seguinte:
A vida é uma engrenagem, muito parecida com uma roda e portanto, o que está em cima sempre dá lugar para o que está embaixo em um movimento circular constante que muda tudo, sem se importar o quanto estamos acostumados com o posto.

Saiba que a maldade adoece, de verdade, não só a alma, mas o corpo também, com o tempo ela apodrece tudo por dentro, assim como a radiação prejudica as células, a maldade, com a sua energia, faz o mesmo, é tudo uma questão de alimento. Do que te nutre.
Saiba que o mal, anda na maioria das vezes junto com a vaidade, a inveja e o ciúmes, sentimentos esses, encontrados em pessoas com baixa auto - estima, comprometidas emocionalmente e tristes e por isso essas manifestações que são na verdade pedidos inconscientes de ajuda, precisam ser cuidados e tratados de forma adequada.
Saiba que o mal que se pratica, é uma projeção da própria infelicidade, da própria amargura, dos conflitos mal resolvidos, é a forma de punir o outro pelo seu desespero.
Saiba também que uma vida generosa e feliz, não é para qualquer um, é preciso esforço para a conquista da paz e as ações éticas são resultados de uma consciência interna, generosa, não egoísta, livre de fantasmas e do medo. As intenções corretas trazem a percepção de tudo que importa e vale a pena, a percepção correta evita desgaste de energia, a atenção plena de tudo, traz a tranqüilidade de estar fazendo o melhor. Mesmo que ninguém esteja vendo ou que nunca seja percebido, seu espírito se nutrirá. Eu sei, não é fácil, requer muita disciplina.
Por isso saiba que as escolhas externas fazem algo para você mesmo, para o bem ou para o mal e antes de praticar algo mesquinho, que pode nem sequer atingir os objetivos, saiba que para o lugar da onde saí, pode causar mal irreparável
E para os males da alma, ainda não temos remédios que possam ser comprados ali na farmácia. E os que se propõem a isso, não se engane!! São só paliativos, anestésicos da dor que está por dentro.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

COMA



Aqui como o coma,
que não mata e nem traz a vida
Um soluço pra dentro,
que me desinteressa do que eu sinto.

Como um ponteiro de hora que avança
e regride no próximo segundo,
Sem parar.
Na mesma lógica com que se pisca o olho
Ou que se respira.
Não estaciona, mas também não sai do lugar.
Em movimento para o mesmo.

O soluço pra dentro me alerta,
Sobre a calma predadora.
Que devora por dentro (em silêncio)
e por fora mantêm as coisas no lugar,
do ponteiro que insiste em ficar
na medida em que continuo a piscar
na medida que preciso respirar.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

HÁ SALVAÇÃO.





Semana passada foi difícil, mais cheguei ao final com a sensação de dever cumprido.
Tenho reclamado muito nos últimos dias, principalmente de pessoas.
Mas, nessa semana, encontrei gente rara, gente com vontade de fazer dar certo. Não sei ao certo se encontrei ou se prestei mais atenção...

Uma bibliotecária que, “se virou nos 30” para achar documentos do tempo do onça para o tempo do “eu preciso agora”

Um trio administrativo que vale por 10. Que se diverte escolhendo qual bolo encomendar para adoçar o dia, pessoas que se divertem e cantam quando poderiam gritar com toda a propriedade de causa e merecimento.
Acreditem!! Deixaram uma poesia na minha mesa!!!

Um arquiteto jovem, com uma enorme vontade de crescer, prestativo, com força para o trabalho. Em meio as confusões me contou que faz terapia, penso eu que provavelmente por exigir demais de si mesmo, e inevitavelmente irá perceber com o tempo que, trabalho é só trabalho, mas que sua postura é para a vida toda.

Outro arquiteto que ajudou um colega em um momento de crise, daquelas que quem trabalha com a criatividade sabe o que é, a crise da inércia, o desespero do branco...
Exemplo de solidariedade e coleguismo despretensioso.

Uma engenheira que, ao ser surpreendida por um treinamento, no qual deveria dar de última hora, manteve uma postura serena, focada. Tirou de letra, matou no peito a incumbência que custou o seu almoço e no final, com um sorriso, me perguntou se tinha feito o melhor!!
Só pude responder com um abraço de gratidão!!

Pois é, esqueçam o que eu tenho dito!!! Mudo o discurso hoje!
Existe vida comprometida nesse planeta, ainda existe vontade...
Em um tempo em que temos cada vez mais motivos para perder as esperanças, essas coisas renovam a minha fé na humanidade.
Ainda existe salvação!!!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

CONSCIÊNCIA.



Pseudo Poeta
Traz em mim a matéria
Daquilo que está atrás do que eu respiro
Da força que enche e esvazia o peito.
Do que dilata as idéias
Traz pra fora o que engulo com a saliva
O que me mata e o que me alimenta.
Materializa em mim o sonho e o monstro
Pra que eu possa vê-los
Transforma em mim o que é fuga
O que me sub-alimenta
Quero poesia pra comer.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dia Mundial da Alimentação

 
Eu sei, eu sei...
Sempre ando em crise. Quando não existencial, sentimental.
Quando não política, anarquista; Quando não de vida, de morte, sigo variando entre a poesia e ofensas escancaradas e assim me garantem que não morrerei de câncer (que também é magoa enrustida)
Mas aí eu pergunto:
Dá pra viver uma vida sossegada? Sem se dar conta do desespero que é ser assim tão insignificante?
Não acredito em uma vida consciente sem crise. Sem crise também não há gratidão.
Se você acha que sim, que você é importante, e que tudo é lindo, então deixa eu te contar um caso:

Ontem, estava muito cansada e com visitas em casa, na volta do trabalho, o pessoal estava de carona comigo, paramos em uma pizzaria. Eu apesar de gostar de preparar comidinhas, ontem me rendi a um fast food

Deus!!! Crise da dieta!!!

E conversa vai, conversa vem, falávamos sobre alimentação (que também dá câncer, além das magoas) e de repente fico imersa, ausente, pensando o quanto eu me acho o máximo, por saber preparar comidinhas saudáveis, gostosas e lindas na mesma proporção que sou uma inútil porque, oras bolas, não sou capaz de produzir meu próprio alimento!!! Muito menos garantir a minha água!!!
Não tenho um pedaço de terra, visto que meu quintal é todo pavimentado.

Crise alimentar...

Me acho o máximo, porque posso pagar a conta do restaurante para todo mundo mas sou um típico exemplo de dependência do sistema, do dinheiro
Meu Deus!!! Eu busco a minha comida no supermercado!!!!


Assim como a maioria das pessoas que aplicam dinheiro em pedaços de papel eu também não tenho nem um pé de couve que seja meu.

Bom, estou em crise porque percebi que não tenho a mínima capacidade de sobrevivência.

Ah, antes que eu me esqueça, também não consigo levantar meu próprio peso caso eu caia em um buraco.
Crise de novo!!!
Bom, acho que vou começar pela dieta. Amanhã!!!!

Ah, antes que eu esqueça de novo:
Um bom dia lindo pra vocês também, cheio de flores, passarinhos na janela e fundos músicais líricos, enquanto comemoramos o dia Mundial da Alimentação com 870 milhões de pessoas no planeta sem ter o que comer! Haja crise.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

GAVETAS SUJAS

A pouco mais de um ano, fui surpreendida por uma pneumonia silenciosa, assintomática que me deixou quatro dias em um hospital.
Decidi passar em um atendimento de pronto socorro, por uma tosse “inofensiva” e lá fiquei sob ameaça de que se voltasse pra casa, teria que assinar um termo de responsabilidade, segundo a médica que me atendeu, era só eu demorar mais um dia e seria caso de UTI.
Bom, fiquei perplexa na hora com a determinação dela em me deixar lá, não estava sentindo nada !! E a medida que a médica ia me explicando a situação, a perplexidade foi dando licença para o pânico. Chorei de medo na frente dela.
O fato é: Ser tirada de cena assim tão de repente me trouxe vários transtornos, um deles de trabalho, a partir daí comecei a perceber a necessidade de me organizar melhor, pelo motivo óbvio que, posso não voltar amanhã.
Adquiri o hábito de deixar os arquivos e pastas no computador organizados, os email em ordem, criei pastas para cada uma das 580 obras que tenho que gerenciar, comecei a arrumar as gavetas com mais freqüência, pagar as contas antes do dia, não deixo mais objetos e coisas pessoais no escritório, do tipo o meu carregador de celular o acesso de internet para o banco ou o livro que estou lendo.
Sem falar nos milhões de saltos altos que arrebentam meu pé e ficam acumulados atrás do armário...
Outra providência imediata, foram as proteções de tela, nunca mais coloquei Ganesha, Hare Krishna ou bruxas desnudas na tela.
Vai saber se eu volto amanhã !!! Vai saber quem vai mexer nas minhas coisas que na verdade não são minhas e sim da empresa. Pois é, ontem não vim trabalhar por outra situação que também me pegou de surpresa, fui a um sepultamento. Uma pessoa querida, foi arrancada de cena aos 90 anos.
Lá compartilhando da tristeza, senti também um alivio, por saber que tudo no trabalho está no lugar e por lembrar que a as minhas gavetas com ela também estavam no lugar.

Então lembrei de algumas gavetas que estão de cabeça pra baixo, de algumas coisas mal resolvidas, todas as pessoas que esperam de mim uma conversa, um acerto, uma briga... Lembrei de tudo que ignoro e não quero resolver talvez por achar que amanhã tudo estará lá no mesmo lugar desarrumado, que tenho tempo para protelar, para pensar melhor, descansar um pouquinho antes da faxina...
Fui pega de surpresa, com a sala desarrumada, de pijama e descabelada, às 3:00 hs da manhã.
Por sorte estava tudo bem, caso contrário não teria tempo nem de dar uma arrumadinha, nem que fosse para esconder a sujeira em baixo do tapete, como faço com meus sapatos.
Chorei de novo, não de medo, chorei pela perda, e por todas as minhas gavetas descompostas, sem a mínima previsão de arranjo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ENTRE COM CUIDADO







Entre com cuidado, não sou tão boazinha.
Eu sou tantas acredite! Tantas em mim, que as vezes não sei quem está no controle.
Sou insana quando desrespeitada e fria diante a silêncios punitivos.
Sou vazia diante a ofensas e oleosa para elogios falsos,
Escorrego das palavras mentirosas com cara de quem sente um cheiro ruim
Sou afiada nas críticas e salgada nos julgamentos, peço senso de justiça, na mesma proporção que peço vingança.
Sou culta, sem pretensão, mais por construção de vida, e por escolhas de sobrevivência do que por vaidade, e uso sim em causa própria, para meu benefício.
Vou manipular se for preciso, para me proteger.
Sou pragmática para os meus egoísmos e os justifico com verdades que me valham.
Se eu não quero dividir, nem peça, para não se assustar.
Não quero sorrir para maus tratos e fingir que indiferença não é nada.
Mas quando eu rir, saiba interpretar, em situaçoes limites, geralmente dou risada porque dar facada é crime.
Não vou ouvir enquanto gritam.
Quero apertar os olhos em direção certeira, franzir a testa, e enfiar o dedo no nariz alheio.
Quero o extinto da preservação, da auto proteção, da não permissão.
Não quero juízo para o que é visceral, quero a humanidade, o bem e o mal.
Invoco o não comportamento, sempre que necessário, sempre que justo.
Serei cruel, pode acreditar.
Persona non grata, com muito prazer.
Sou, porque ser é melhor que nada.
Sem ser boazinha, sem doer,
em mim pelo menos, não sei em você