quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ENTRE COM CUIDADO







Entre com cuidado, não sou tão boazinha.
Eu sou tantas acredite! Tantas em mim, que as vezes não sei quem está no controle.
Sou insana quando desrespeitada e fria diante a silêncios punitivos.
Sou vazia diante a ofensas e oleosa para elogios falsos,
Escorrego das palavras mentirosas com cara de quem sente um cheiro ruim
Sou afiada nas críticas e salgada nos julgamentos, peço senso de justiça, na mesma proporção que peço vingança.
Sou culta, sem pretensão, mais por construção de vida, e por escolhas de sobrevivência do que por vaidade, e uso sim em causa própria, para meu benefício.
Vou manipular se for preciso, para me proteger.
Sou pragmática para os meus egoísmos e os justifico com verdades que me valham.
Se eu não quero dividir, nem peça, para não se assustar.
Não quero sorrir para maus tratos e fingir que indiferença não é nada.
Mas quando eu rir, saiba interpretar, em situaçoes limites, geralmente dou risada porque dar facada é crime.
Não vou ouvir enquanto gritam.
Quero apertar os olhos em direção certeira, franzir a testa, e enfiar o dedo no nariz alheio.
Quero o extinto da preservação, da auto proteção, da não permissão.
Não quero juízo para o que é visceral, quero a humanidade, o bem e o mal.
Invoco o não comportamento, sempre que necessário, sempre que justo.
Serei cruel, pode acreditar.
Persona non grata, com muito prazer.
Sou, porque ser é melhor que nada.
Sem ser boazinha, sem doer,
em mim pelo menos, não sei em você














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