11/05/12
Percebi que assim como na virada do milênio em 2000 voltaram as especulações e previsões sobre o fim do mundo para 2012.
Não sou a pessoa mais apropriada para falar sobre isso, admito minha ignorância e limitação no assunto; Acabo juntando tudo, as profecias Maias, os cálculos astronômicos o alinhamento do universo com as teorias de conspiração o Armagedom ou dia D, com uma pitada de extraterrestres e por ai vai... Visto que, conforme escrito, acabo fazendo uma espécie de sopa apocalíptica com uma pitada de acido lisérgico, e por isso vou poupá-los dos meus conhecimentos, pesquisas e teses sobre o assunto.
Na verdade a grande vantagem de tudo isso é justamente a seguinte pergunta: “E se?”
Talvez o “e se” seja a nossa esperança nesse ano para uma melhora significativa em todos os sentidos, em muita gente a consciência da não continuidade, da finitude incomoda e deve ser por isso que se joga esses assuntos e tudo o que se relaciona a ele, lá pros “subs” da mente.
Mas lembrar que tudo vai acabar nos coloca de frente com questões que geralmente fugimos quando está tudo bem, afinal tudo pode ficar para ser resolvido amanhã, nada é urgente, temos o tempo como aliado e cúmplice da nossa “perda de tempo”.
Em resumo: O tempo que nos dá tempo é o mesmo tempo que nos tira o tempo.
Principalmente por isso espero que o “e se” sirva pelo menos para alguma coisa, se tudo realmente não vir a explodir e virar poeira cósmica, sirva pelo menos para adiantar aquilo que protelamos com a desculpa de que temos o tempo a nosso favor.
Pensando nisso hoje dentro do metrô, ao vir trabalhar tive uma experiência que quero dividir com vocês
Começou com um exercício de brincar com o “ e se” e com o “tempo” imaginando que:
Se agora algum maluco cruzasse meu (nossos) caminho (s) gritando desesperado que o mundo acabaria em 10 minutos; Presta atenção!!! 10 minutos!! Não é amanha.
Para amanhã daria tempo de fazer um monte de besteiras, do tipo: Comer uma pizza inteira sem dor na consciência para não citar coisas piores.
Imaginem que 10 minutos não dá tempo nem de pedir perdão a nenhum desafeto, não de forma decente! Nem de fugir, nem de salvar ninguém, a não ser a si mesmo. Considere também que o planeta não tem seguro, e por isso menos ainda franquia, dinheiro não serve pra nada nesse caso, é perda total!!
Pode ser que para a maioria das pessoas receber essa noticia, não tenha a mínima importância, para outras só o fato de pensar já é assustador, mas o que você faria se tivesse certeza que se trata de uma verdade?
Algumas pessoas poderiam tentar se enquadrar no grupo dos arrependidos de última hora (como se isso fosse possível) ajoelhados, pediriam clemência (seja lá para quem) outros ao se adiantarem optando pelo suicido resolveriam a crise dos 10 minutos; Enfim são várias as possibilidades imaginárias de reações.
Agora eu, no momento que imaginei essa situação, senti uma inexplicável paz, e esclareço, não tem nada a ver com religião, aconteceu no momento que pensava no fim tentando torná-lo real na minha mente, nesse mesmo momento, senti o sol batendo no meu rosto, olhei para cima e vi que vinha de uma fresta em uma laje de concreto, isso enquanto andava quase correndo para não perder o trem que estava parado na plataforma, aquele calor sutil do sol em um dia frio, a sensação do calor me fez sentir uma sutil gratidão, comparado a retribuição de um afago, não me importei mais com o alarme sonoro do trem avisando que as portas iriam fechar, diminui a velocidade das passadas e senti uma paz que me comoveu, em seguida lembrei de todas as pessoas que gosto, senti uma enorme gratidão por poder compartilhar o mesmo espaço e o mesmo tempo com elas, lembrei que a vida, apesar de não ser uma eterna festa, já me deu momentos que, aconteça o que acontecer estão marcados na minha alma pra sempre ( e espero muito que o sempre exista )
Lembrei das minhas filhas e senti uma profunda gratidão por ser mãe, não que isso seja a receita da felicidade, em respeito por quem decide não ser, pois acredito que esse tipo de felicidade não vem de um acontecimento, mas daquilo que a gente tira ou percebe de um acontecimento, assim o fato de ser mãe, ampliou a minha percepção, esclarecendo na prática sobre o que eu sabia na teoria do que é amor incondicional, amor gratuito, amor sem trocas, e sou extremamente grata por isso, porque no meu caso, depois desse acontecimento sou uma pessoa melhor.
Senti gratidão até por passar em frente ao um piano que na hora um jovem tocava uma música que me parecia conhecida.
Senti gratidão porque sempre recebi muito mais do que eu suponho merecer, muito amor, muito cuidado, muita bronca (ainda bem porque essa parte, sei que mereço)
Enfim, a idéia do fim para mim trouxe a sensação de gratidão, e se o fim fosse verdade, apesar de estar tranqüila não receberia com alegria, não posso dizer que estou farta da vida, pelo contrário e por tudo isso, eu quero é mais!!
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